terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Elogio do amor...


Nas oliveiras da tapada, atrás de nossa casa, havia grande quantidade de pintassilgos que ali faziam os ninhos, disputados pela garotada, que se considerava altamente recompensada cada vez que achava um.

Os pintassilgos eram os regulares ocupantes das gaiolas do Zézito, que nos seus treze anos, ali passava as férias.

Um dia, porém, o rapazito ficou impressionado e incomodado com o comportamento dessas aves.

Ao verem os filhotes nas gaiolas, alimentavam-nos, nos primeiros tempos, estudando-lhes o desenvolvimento motor, a capacidade de se alimentar, o tamanho e cor das penas, para definirem a sua iniciação no voo.

Porém, ao verificarem que os filhos, já na altura de voarem, não os acompanhavam, por estarem presos, entravam em trinados esquisitos, mais agudos e rápidos e menos harmoniosos – semelhantes a choro – e, uns dias depois, procuravam gramíneas venenosas e davam-nas aos filhos, libertando-os, pela morte.

Este episódio, que o garoto de então não mais esqueceu, levou-o a não mais usar as gaiolas e guardou aquele exemplo, pela vida fora, como verdadeiro hino à liberdade.

Um verdadeiro elogio do amor…

2 comentários:

Izza Sanches disse...

dramático!…

Unknown disse...

Mas verdadeiro.
Não deixa, por isso, de merecer a nossa mais profunda reflexão.